Poesias, crônicas, contos e dramaturgia escritas por: Geraldo Bernardo, tendo como cenário o sertão, seus personagens e mitos.


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O VELHO DO SACO CHEIROSO

Escrito por : Geraldo Bernardo em sábado, 20 de dezembro de 2014 | 7:11 AM



O VELHO DO SACO CHEIROSO.

Geraldo Bernardo

Quero falar um negócio
Que sempre me fez mal.
Deixa-me sorumbático
Este tempo de Natal.
Procuro e nunca vejo
Sentido algum, afinal.

Grande culto ao vil metal
É somente o que parece,
Onde as lojas são templos.
Os cristãos fazem prece
Mas, na net, rádio e tevê
O faturamento cresce.

Daí Papai Noel aparece
Gordo feito uma bola
Exaltando a obesidade
Lembrando a coca-cola
Invadindo as casas, ruas,
Bares, hospitais e escola.

Tudo isto não colabora
Com a cultura do sertão
Aqui nunca teve neve,
Caatinga é a vegetação
Onde achar tanto pinheiro
Para fazer decoração?

Pra mudar esta situação
Olvidar o velho horroroso,
Proponho criar um novo herói,
O velho do saco cheiroso:
Roupa cáqui, “matulão”,
Sorridente e pomposo.

Através de um aboio mavioso
É anunciada sua chegança.
Distribuindo: água de cheiro,
Num sinal de bonança,
Como prova de afeto,
Irmandade e esperança.

Homem e mulher, velho ou criança,
Na cidade ou na roça
Irão esperar durante o ano
Que ele venha de carroça
Guiado por três seriemas
Que é ave da fauna nossa.

Visita mansão e palhoça
Este herói prestimoso.
Que tem odor de toda flor,
E seu riso é fervoroso
Por isso mesmo chamam-lhe:
Velho do Saco Cheiroso.






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